25/04/2007

Questão 2

Nos estabelecimentos de ensino do Paraná, que recursos das TAs podemos utilizar para ajudar pessoas com necessidades especiais a terem acesso ás tecnologias?
Em posts anteriores foram citados exemplos de TAs que auxiliam na inclusão escolar e digital, que fazem a diferença na hora do acesso á estas áreas. Há o gradativo reconhecimento e aceitação por parte da comunidade escolar quanto á essa inclusão, afinal exige-se uma postura ética dos educadores de respeito ás diferenças, oportunização e conhecimento de meios, foco em potencialidades pedagógicas e senso crítico nas avaliações destas potencialidades.
Não é simplesmente colocar os alunos com NE na sala de aula regular e aguardar que aprendam por estarem próximos fisicamente com a mesma faixa etária, mas é estar com uma avaliação correta do potencial individual de cada aluno com NE e as corretas atitudes para sua inclusão. Consideramos que há casos onde a inclusão é um procedimento fácil, mas outros que demandam da avaliação de profissionais de várias áreas.
O Governo do Paraná, através das equipes de Educação Especial dos NREs e SEED, fazem as avaliações dos alunos, e mediante os resultados encaminham para o gabinete do Secretário de Educação os pedidos de recursos de acessibilidade necessários áquele caso. Existem situações diversas, onde dentro da própria escola é possível conseguir estes recursos, como exemplo pode-se citar os recursos de ampliação de textos para deficientes visuais. Muitos recursos podem ser "inventados" ou adaptados de outros recursos, como é o caso da webcam associada a um mouse, que simula uma lente de aumento, projetando no computador uma versão ampliada do texto ou imagem que percorre-se com o mouse. A simples digitação já pode ser uma melhoria no processo de deficiêcia comunicativa. Procurando-se entidades parceiras, pode-se ter sistemas de próteses ou órteses fabricados a partir de elementos recicláveis, que podem ser adquiridos e montados sem grandes custos.
Portanto, em termos de recursos, temos possibilidades de fácil aquisição, e aquelas de difícil aquisição, onde é necessário intervenção direta das Secretarias de Educação.
Já em termos humanos, precisamos da colaboração ética dos profissionais da educação para que se trate os portadores de necessidades especiais como iguais, na esfera de ter as mesmas oportunidades de interagir, relacionar-se e competir em seu meio com recursos mais poderosos, proporcionados pelas adaptações de acessinilidade de que dispõe, e situando essas diferenças de uma maneira que sejam vistas como quaisquer outras diferenças intrínsecas existentes em todos os seres humanos, eliminando a discriminação em consequência do respeito conquistado com a convivência, aumento de auto-estima do portador de NE, que estará explorando seu potencial de aprendizagem e expressando sua individualidade como ser pensante.

Questão 1

O que são Tecnologias Assistivas? Qual é a realidade brasileira?
Definimos claramente nas postagens o que são as TAs, e quanto a realidade brasileira, após as consultas a sites e ás leis referentes ao assunto, podemos dizer que na legislação há referência às garantias de recursos de TA (Ajudas Técnicas) e de serviços de reabilitação, destinados à melhora da condição funcional de pessoas com deficiência, subentendendo-se serviços e recursos.
Boa parte dos cidadãos brasileiros com necessidades especiais, ainda ignoram seus direitos e os serviços públicos não foram organizados no sentido da promoção de vida independente e inclusão. Temos ótimas iniciativas, mas nossa cultura ainda resiste à modernidade e muitos dos “serviços” que atendem cidadãos brasileiros com deficiência focam sua ação no “cuidar”, “dar consolo e conforto” às pessoas com deficiência ao invés de promover e facilitar sua autonomia, visando vida independente e inclusão. Portanto é um processo que pode-se falar que ainda está em sua fase incial. Se não há pedido das garantias dos direitos, eles acaba por serem descumpridos ou ignorados pelo próprio Estado.
Os serviços de reabilitação em noss país, está focado em promover e melhorar a condição física de seus “pacientes”, deixando em segundo plano a inclusão deste paciente na sociedade, como ser funcional, praticamente não podendo ser chamados de tecnologias assistivas, mas sim tecnologias de reabilitação.
A Educação Especial ainda trata com o sistema se separação para a maoria dos alunos com necessidades especiais, pontuando o “déficit” e pautando-se nas deficiências e não nas possibilidades reais de aprendizagem e desenvolvimento deles.
O Decreto 5.296 é um grande passo no campo das TAs no Brasil, mas precisa ser transformado em realidade. Seus propósitos de dar auxílio à pesquisa, linha de crédito à indústria, financiamento a pessoas com deficiência para aquisição de TA, dedução do valor pago ao imposto de renda, isenção de tributos para importação, redução de impostos incidentes sobre estes produtos e a formação de um Comitê de Ajudas Técnicas que participará do Programa Nacional de Acessibilidade a ser supervisionado pela CORDE ficam ainda à espera de sua execução.
Espera-se que essas iniciativas sejam abraçadas pela indústria, que haja consciência da parte de portadores de necessidades especiais, Estado e Indústria, para que o favorecimento de acesso á escola, trabalho e sociedade se concretize ao longo dos anos.

Retomando os questionamentos...

Nos dois próximos posts vamos retomar ás questões lançadas inicialmente sobre Tecnologias Assistivas, que agora, após as pesquisas, leituras e procuras, podem ser respondidas.

Exemplos de TAs

Pensando em nosso questionamento, e fazendo então a pesquisa nas fontes citadas, organizei uma lista de TAs focadas no tema "inclusão escolar" e "inclusão digital", para exemplificar recursos que ajudam pessoas com necessidades especiais a terem acesso á educação e informática:
Barras de apoio; rampas; carrinhos; adaptações em veículos de passeio e transporte; fixadores ou apoio para lápis/caneta, livro ou o próprio punho; pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas – para melhorar a comunicação; equipamentos de entrada no computador, como os teclados modificados, os teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, softwares de reconhecimento de voz, escâner, ponteiras de cabeça por luz entre outros; equipamentos de saída no computador como a síntese de voz, monitores especiais, os softwares leitores de texto (OCR), impressoras braile e o linha braile; Sistemas de controle de ambiente, como controles remotos acionando portas, janelas, telefones entre outros aparelhos por pressão, sopro, comandos de voz, etc.; Órteses (peças colocadas junto a um segmento corpo) e próteses (peças substitutas de partes do corpo); meios de adequação postural (assentos, encostos, mesas, apoios, almofadas); lentes, lupas ou telelupas – e outros meios computadorizados de aumento no tamanho de textos e imagens; pautas ampliadas; cadernos quadriculados; letras emborrachadas; argolas para auxiliar a abertura da merendeira ou mochila, ou copos e talheres adaptados para o lanche; máscara de teclado ou colméia de acrílico – uma capa protetora vazada no local das teclas para evitar digitações involuntárias; teclados alternativos – podendo ser reduzidos ou ampliados; teclado sensível – usando pressão e que pode estar ou não associado a um sintetizador de voz; mouses adaptados; tela sensível ao toque, etc.

24/04/2007

Atuação da Tecnologia Assistiva

Segundo a CIF - Classificação Internacional de Funcionalidade, quando algo tem o objetivo de melhorar a "funcionalidade", entende-se que a intervenção será biopsicosocial, e queintervirá em:

  • funções estruturais do corpo - deficiência;
  • atividades e participação - limitações de atividade e participação;
  • fatorescontextuais - ambientais e pessoais.

Para deixar claro a relação e diferenças entre incapacidade e a funcionalidade, surgiram os chamados "modelos conceituais":

  • Modelo Médico: Considera a incapacidade como um problema da pessoa, causado diretamente por uma doença, trauma ou outro problema de saúde, que requer assistência médica sob a forma de tratamento individual por profissionais. O objetivo é a cura ou a adaptação do indivíduo e mudança de comportamento. Envolve diretamente a política de saúde do país.
  • Modelo Social: O modelo social de incapacidade considera a incapacidade como um problema criado pela sociedade e, basicamente, como uma questão de integração plena do indivíduo na sociedade, não sendo um atributo de um indivíduo, mas sim um conjunto complexo de condições, muitas das quais criadas pelo ambiente social. A solução do problema requer uma ação social e é da responsabilidade coletiva da sociedade fazer as modificações ambientais necessárias para a participação plena das pessoas com incapacidades em todas as áreas da vida social. Portanto, é uma questão atitudinal ou ideológica que requer mudanças sociais que, a nível político, se transformam numa questão de direitos humanos. De acordo com este modelo, a incapacidade é uma questão política.
  • Abordagem Biopsicosocial: A CIF baseia-se numa integração desses dois modelos opostos. Para se obter a integração das várias perspectivas de funcionalidade é utilizada uma abordagem "biopsicossocial". Assim, a CIF tenta chegar a uma síntese que ofereça uma visão coerente das diferentes perspectivas de saúde: biológica, individual e social.

23/04/2007

Categorias de Tecnologia Assistiva

A divisão de TAs em categorias, tem importância no fato de organizar a utilização, prescrição, estudo e pesquisa destes recursos e serviços citados anteriormente, além de oferecer ao mercado focos específicos de trabalho e especialização. Conforme o site ou autor elas podem variar.

  • Auxílios para a vida diária e vida prática
    Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente em tarefas rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência de auxílio, nas atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais. São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro, recursos para transferência, barras de apoio, etc.
  • CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Recursos como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da CAA para expressar suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos. A alta tecnologia dos vocalizadores (pranchas com produção de voz) ou o computador com softwares específicos, garantem grande eficiência à função comunicativa.
  • Recursos de acessibilidade ao computador
    Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o computador acessível, no sentido de que possa ser utilizado por pessoas com privações sensoriais e motoras.
    São exemplos de equipamentos de entrada os teclados modificados, os teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, softwares de reconhecimento de voz, escâner, ponteiras de cabeça por luz entre outros. Como equipamentos de saída podemos citar a síntese de voz, monitores especiais, os softwares leitores de texto (OCR), impressoras braile e o linha braile.
  • Sistemas de controle de ambiente Através de um controle remoto, as pessoas com limitações motoras, podem ligar, desligar e ajustar aparelhos eletro-eletrônicos como a luz, o som, televisores, ventiladores, executar a abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer chamadas telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. O controle remoto pode ser acionado de forma direta ou indireta e neste caso, um sistema de varredura é disparado e a seleção do aparelho, bem como a determinação de que seja ativado, se dará por acionadores (localizados em qualquer parte do corpo) que podem ser de pressão, de tração, de sopro, de piscar de olhos, por comando de voz etc.
  • Projetos arquitetônicos para acessibilidade Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção da pessoa com deficiência.
  • Órteses e próteses
    Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo. Órteses são colocadas junto a um segmento corpo, garantindo-lhe um melhor posicionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob medida e servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação, utilização de talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural, entre outros.
  • Adequação Postural
    Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um bom desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se está inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto.
    Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que garantam posturas alinhadas, estáveis e com boa distribuição do peso corporal. Além destes objetivos, a adequação postural buscará também o controle e prevenção de deformidades músculo-esqueléticas, a melhora do tônus postural, a prevenção de úlceras de pressão, a facilitação das funções respiratórias e digestivas e a facilitação de cuidados.
    Indivíduos cadeirantes, por passarem grande parte do dia numa mesma posição, serão os grandes beneficiados da prescrição de sistemas especiais de assentos e encostos que levem em consideração suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações músculo-esqueléticas existentes. Adequação postural diz respeito a recursos que promovam adequações em todas as posturas, deitado, sentado e de pé portanto, as almofadas no leito ou os estabilizadores ortostáticos, entre outros, também podem fazer parte deste capítulo da TA.
  • Auxílios de mobilidade A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos, cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro veículo ou equipamento ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal. Um exemplo de estratégia seria a colocação de pistas sensoriais facilitando a identificação do lugar, dentro de um espaço controlado como a casa, escola ou trabalho.
  • Auxílios para cegos ou para pessoas com visão sub-normal Equipamentos que visam a independência das pessoas com deficiência visual na realização de tarefas como: consultar o relógio, usar calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever, ter mobilidade independente etc. Inclui também auxílios ópticos, lentes, lupas e telelupas; os softwares leitores de tela, leitores de texto, ampliadores de tela; os hardwares como as impressoras braile, lupas eletrônicas, linha braile - dispositivo saída de computador com agulhas táteis, agendas eletrônicas.
  • Auxílios para surdos ou com déficit auditivo Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado - teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre outros.
  • Adaptações em veículos
    Acessórios e adaptações que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir um automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para cadeiras de rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo), rampas para cadeiras de rodas, serviços de auto- escola para pessoas com deficiência.

18/04/2007

Composição das TAs

Para esmiuçar nossa pesquisa e dar base para respondermos adequadamente ás questões, verifiquei que as TAs são compostas de três tipos:

  • Instrumentos: são ferramentas que requerem habilidades específicas do indivíduo para sua utilizaçãos, como por exemplo, uma cadeira de rodas, que precisa ser conduzida pela pessoa.
  • Equipamentos: são os dispositivos que não dependem de habilidades específicas do usuário, por exemplo, óculos, sistema de assento, aparelhos auditivos, lupas.
  • Serviços: são leis, estudos, pesquisas, métodos, entre outras ações que visam selecionar um recurso apropriado, elaborar estratégias para um bom desempenho funcional, aplicação e ensino de utilização de um recurso (instrumento ou equipamento), etc. Nessa área estão envolvidos diversos profisisionais, como os de terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia, educação, psicologia, enfermagem, medicina, engenharia, arquitetura, design e técnicos de muitas outras especialidades.

15/04/2007

Questionamentos sobre Tecnologias Assistivas

Depois de conhecer o significado do termo, sugiro as seguintes questões para direcionar nossas pesquisas e discussões:
-Quais são as Tecnologias Assistivas? Como está essa realidade no Brasil?
-Nos estabelecimentos de ensino do Paraná, que recursos das TAs podemos utilizar para ajudar pessoas com necessidades especiais a terem acesso ás tecnologias?

12/04/2007

Tecnologias Assistivas... o que são???

Olá a todos. Nosso grupo de especialização está estudando Tecnologias Assistivas em Geral.
Primeiramente vamos ter uns dois ou três dias para consultarmos nossas fontes de pesquisa para entender o significado desse conceito.

*Kleder*